quinta-feira, 24 de agosto de 2017

CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014 vs COFRES VAZIOS

CONTA GERAL DO ESTADO DE 2014 vs COFRES VAZIOS
Como prometi:
Estive a analisar (claro, com ajuda de entendidos na matéria) a Conta Geral do Estado apreciada pela Assembleia da República, no presente ano de 2016.
Da referida análise constata-se que em termos de resultados dos principais indicadores macroeconómicos, o desempenho económico no exercício económico de 2014 registou o seguinte:
• As reservas internacionais líquidas registaram um saldo de 90.121 milhões de MT, equivalente a 2.861 milhões de dólares norte-americanos, assegurando a cobertura de 4,1 meses de importações de bens e serviços não factoriais, excluindo as importações de bens e serviços dos grandes projectos;
• A Base Monetária em 31 de Dezembro de 2014 foi de 57.286 milhões de MT, equivalente a um fluxo anual de 9.748 milhões de MT e um incremento de 20,5%, como resultado do aumento de notas e moedas em circulação fora do sistema bancário.
1. Quanto à Execução do Orçamento do Estado
No Orçamento do Estado para 2014, aprovado através da Lei nº 1/2014, de 24 de Janeiro, foi fixado o limite das despesas do Estado em 240.891,4 milhões de MT, a serem financiadas por 147.371,6 milhões de MT de receita do Estado, 87.804,7 milhões de MT de recursos externos e 5.715,1 milhões de MT de crédito interno.
A Lei nº 22/2014, de 02 de Outubro, aprovou o alargamento da previsão da arrecadação das receitas do Estado para 153.075,1 milhões de MT, tendo o limite das despesas do Estado sido alterado para 249.093,8 milhões de MT.
Esta revisão manteve inalterado o défice orçamental estabelecido na previsão inicial de 93.519,8 milhões de MT.
Em termos de resultados, os recursos mobilizados, incluindo os saldos transitados, atingiram o montante de 239.052,8 milhões de MT, correspondente a 96,0% da previsão anual e cerca de 45,4% do PIB. Os recursos internos superaram a meta em 2,0% e os externos situaram-se em 84,9% do programado, devido ao desembolso tardio de fundos.
As Despesas Totais atingiram o equivalente a 91,2% do Orçamento e 43,1% do PIB, tendo as Despesas de Funcionamento, Despesas de Investimento e Operações Financeiras atingido montantes correspondentes a, respectivamente, 97,7%, 83,3% e 92,3% da dotação orçamental.
1.1. Quanto à Execução do Orçamento da Receita
A cobrança de Receitas do Estado atingiu o montante de 156.336,1 milhões de MT, correspondente a 102,1% da previsão e a cerca de 29,7% do PIB.
1.2. Quanto à Execução do Orçamento da Despesa
As despesas totais atingiram o montante de 227.049,2 milhões de MT, correspondente a 91,2% do Orçamento e cerca de 43,1% do PIB, tendo as Despesas de Funcionamento atingido 118.469,9 milhões de MT, as Despesas de Investimento 87.036,2 milhões de MT e as Operações Financeiras 21.543,1 milhões de MT, correspondentes, respectivamente, a 97,7%, 83,3% e 92,3% da dotação orçamental.
2.2. Património do Estado
O património líquido global no Inventário Consolidado com referência a 31 de Dezembro de 2014 é de 159.020,66 milhões de MT, que representa um acréscimo de 23,12% relativamente ao exercício económico de 2013, no qual foi apurado o valor líquido de 129.157,90 milhões de MT.
CONCLUINDO:
A suposição, qual boato, disseminado em 2015, com réplicas em 2016, segundo a qual o Governo do Presidente Filipe Nyusi encontrou cofres vazios não tem a mínima hipótese de substituir a verdade.
Até porque, por exemplo, as reservas internacionais líquidas registaram um saldo de 90.121 milhões de MT, equivalente a 2.861 milhões de dólares norte-americanos, assegurando a cobertura de 4,1 meses de importações de bens e serviços não factoriais, o que pressupõe que pelo menos até Abril de 2015, havia garantia de importação desses bens e serviços.
Repare-se que o Estado arrecadou mais receitas do que o que previu e gastou menos do que se esperava, havendo um saldo claramente positivo, o que quer dizer que O Governo de Armando Guebuza deixou o país com cofres em condições de servir o povo. Convém recordar que o PQG 20015-2019, o PES e OE de 2015 só foram aprovados em Junho desse mesmo ano, tendo o Estado funcionado sem alaridos e até cobertas despesas de emergência, por conta das calamidades desse ano.
Mas afinal a quem interessa(va) essa infâmia?
Perguntei por perguntar!
9 comentários
Comentários
Joana Tchucana
Joana Tchucana Com essa fiquei sem comentários
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Cossito Freitas
Cossito Freitas Aos moçambicanos de prótese ao serviço das nações dolarizadas ou eurolizadas. #falei
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Donaldo Chongo
Donaldo Chongo Eu também já não entendo patavina...Niku dummm
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Joaquim Magalhaes
Joaquim Magalhaes Aqueles que se interessam realmente por saber os destinos do País, aqueles que sabem o que foi feito no País, não vão em cantorias, seria muito grave de um momento para o outro o País não tivesse dinheiro nos cofres.
Seria um descalabro descobrir que
afinal as pessoas que governaram o País durante uma década no mínimo,afinal não percebiam nada de como governar um País .
Não podemos é acreditar em tudo o que ouvimos ou lemos sem fazer as devidas análises.
Caro Dr. ,aqueles que toldaram a opinião de muitos Moçambicanos, não tiveram em conta que uma vírgula e uma palavra mal colocada, podem levar a um retrocesso no desenvolvimento de um País .
Obrigado por dedicar tempo a esclarecer e a trazer a público as verdades que devem ser conhecidas.
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Fernando Muianga
Fernando Muianga Há muitos candidatos a Presidente da Republica que andam por aí, vão usando subterfugios académicos mas na verdade estão a caçar a Porta 2000 da Julius Nyerere.
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Fernando Muianga
Fernando Muianga Algumas delas tem um historico triste como a morte da industria do caju, Mozal sem impostos... Banco Austral Delta café etc etc ... deixem nos descansar que longa estrada ainda nos espera para 2019
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Stella Chabooka
Stella Chabooka Ate eu que nao intendo muito de numeros agora estou curiosa. A quem interessa mesmo,? E com que objectivos? Sera pelo velho ditado de quem nao chora nao mama. Entao mesmo de bucho cheio fingimos que estamos com fome? ? Hummm vou continuar a fazer o que estou a fazer para nao pensar muito. Quando tiver a resposta Dr. Por favor partilhe.
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Julião João Cumbane
Julião João Cumbane O que dizem, agora, aqueles que andam a falar de «crimes lesa-Pátria»? Qual é o argumento para requer o "linchamento" de Armando Guebiza? A falta de coesão interna num partido tem custos muito elevadíssimos. A lição está a começar clara da vizinha África do Sul. Lá, quem quer a cabeça do Jacob Zuma é que está a fazer o ANC; ao Jacob Zuma é que o ódio de outrem não lhe fará mal algum. Aqui em Moçambique também, quem quer a cabeça de Armando Guebuza vai fazer perder a Frelimo; o Armando Guebuza é que não sofrerá por causa do ódio que alguém tenha por ele. Vamos todos ficar unidos em torno do Filipe Nyusi e trabalhar para desenvolver Moçambique; esses círculos de faccionismo que estão sendo ensaiados por ai não passam de tiros nos próprios pés dos seus protagonistas!

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