terça-feira, 29 de agosto de 2017

TOCA-SE O “DISCO” DA FRAUDE ELEITORAL EM ANGOLA

CENTELHA por Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
Conquistar e manter o poder são a finalidade essencial da política. É neste sentido que Maquiavel cunha sua famosa e mais polémica frase: “Os fins justificam os meios.” Fernando Alcoforado, académico brasileiro
O Movimento Popular de Libertação de Angola(MPLA) não ganhou as eleições angolanas de 23 de agosto corrente por ser um partido celestial, tanto mais que os seus líderes sequer possuem rectidão moral impecável. Haverá, neste Vale de Lágrimas, algum partido escorreito? Só um indivíduo desatento e lunático acreditaria numa vitória da União Nacional para a Independência   Total de Angola (UNITA) ou da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação  Eleitoral CASA-CE, principais inimigos políticos viscerais do MPLA. Diga-se em abono da verdade que o MPLA ganhou as eleições pela mesma razão que a Frelimo ganha em Moçambique: tem a estrutura montada, lubrificada e organizada.
A população angolana nunca foi distraída e asinha percebeu que mais vale suportar um partido em desvalorização que uma oposição “embriagada” pelo poder. Para quê? Para servir os interesses do Ocidente. Uma oposição que anda a reboque de países aparentemente “civilizados” e “democráticos”, mas que são impulsionadores da “escravatura moderna.” O povo que não é aselha sabe que uma vitória da oposição significaria o retorno à escravatura. Nenhum angolano está disposto a viver agrilhoado.
Como amante da História compreendo que tudo com o tempo passa e se desgasta.
O MPLA sofre dessa erosão (temporal), e, consequentemente, não será com certeza um partido sempiterno. Mas eu ia jurar que o MPLA só deixará de ser governo quando a oposição deixar de ser
“oposição” ao sonho angolano incubado a 11 de Novembro de 1975, pelos consagrados nacionalistas Agostinho Neto, Holden Roberto, José Eduardo dos Santos, Agostinho André Mendes de Carvalho (UanhengaXitu), Viriato da Cruz e o meu particular amigo Marcolino Moco, entre outros vultos.
O disco da fraude eleitoral começou a tocar em Angola, só que desta vez com a ajuda  de alguns países ocidentais.
Pregaram no deserto, porque nem o diabo esteve disposto a conspirar contra um regime libertário e comprometido com o crescimento material de Angola. Vi com os meus “olhos de ver” uma extensa cavalaria de políticos ocidentais enfurecidos, por terem feito apostas erradas, mais do que “pregar no deserto.” João Lourenço que é, literalmente, um “macaco velho” nas andanças políticas, soube, com mestria, “dispersar os ratos para que o inimigo não seja apenas um.”
Afinal, a toca era enorme: UNITA, CASA-CE, ocidente e seus fiéis acólitos. Felizmente, o povo nunca esquece de onde vem.
A UNITA e a CASA-CE tiveram cinco anos para construir um “antivírus” contra aquilo que chamam de fraude eleitoral. Nas mesas de votações tiveram seus representantes grudados em tudo quanto fosse processo eleitoral.
Concordaram com as regras do jogo e jamais encontraram defeitos no processo em referência. Estava tudo limpo até serem esmagados pelo poderoso MPLA. Então,   o que leva agora a oposição a considerar que as eleições foram fraudulentas? A ideia é reclamar, reclamar e reclamar sempre, mesmo sem razão, para despontar protestos populares financiados por um grupo de países ocidentais.
Estes, inclusive, já ensaiam sanções contra o MPLA.
Os observadores internacionais chancelaram as eleições angolanas como “livres, justas e transparentes.” É caso para dizer que a “canção da fraude” eleitoral toca-se em Angola. À oposição angolana limito-me a deixar o seguinte conselho: Trabalhem e trabalhem mais para serem melhores.
As lamentações não são matabicháveis, almoçáveis e nem jantáveis. Mas atenção: trabalhem sem ancorar-se aos inimigos da vossa pátria. Dentro de cinco anos, no próximo pleito eleitoral, os resultados poderão ser surpreendentes.
Dizia o amado Professor José Hermano Saraiva que “A história nunca acaba. É um enredo que tem sempre um capítulo chamado amanhã. E o amanhã é feito pelas nossas mãos.” Zicomo e um abraço
nhúngue a Yayu.
NOTA: Quantos moçambicanos deixaram de ser pobres com a chegada a Moçambique da Arca da Aliança? Provavelmente nenhum. No sentido inverso, questiona-se: quantos moçambicanos ficaram mais exauridos com a comercialização da fé? Nunca saberemos, mas os números podem ultrapassar os milhares. Eis um assunto para pensar.
WAMPHULA FAX – 28.08.2017

1 comentário:

Anónimo disse...

Fanático obsecado. Se o teu MPLA será sempre vitorioso até que desapareça essa oposição que tanto desprezas, porque é que não aconselhas a trabalharem com transparência. Um partido-estado que perde votos na capital está à beira da queda livre.