quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

O carro de Hitler foi a leilão — mas ninguém o quis

ADOLF HITLER


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É conhecido como o "Super Mercedes" Houve uma oferta de quase 6 milhões de euros, mas ficou aquém do preço mínimo de venda. O carro foi feito à medida para Hitler e o conta-quilómetros está nos 33 mil
Topical Press Agency/Getty Images
Um Mercedes-Benz 70K Grosser Offener Tourenwagen de 1939, que foi desenhado e produzido de propósito para ter como passageiro Adolf Hitler, foi a leilão nos EUA esta quinta-feira.
Apesar de ter tido ofertas que foram até aos 7 milhões de dólares (5,7 milhões de euros), o carro, conhecido como “Super Mercedes” não foi vendido por não ter sido atingido o preço mínimo de venda.
Tanto o preço mínimo de venda, tal como o seu atual dono, são desconhecidos do público. Sabe-se apenas que, em 2009, tinha sido comprado por um bilionário russo, não havendo desde então notícias de ele ter passado para as mãos de qualquer outro colecionador.
Em 1940, quando recebeu Benito Mussolini em Munique, Adolf Hitler passeou-se com o ditador italiano no “Super Mercedes” (AFP/Getty Images)
O carro foi estreado em 1939 por Adolf Hitler, que foi visto nele em paradas militares ou desfiles onde, dos dois lados, vários alemães o recebiam com a saudação utilizada na Alemanha nazi. A partir daí, viria a ser usado ocasionalmente pelo ditador alemão. Uma delas foi em 1940, quando recebeu o ditador italiano Benito Mussolini na cidade de Munique. A última viagem de que há registo aconteceu em maio de 1941, quando foi usado numa parada militar para festejar a conquista da Jugoslávia e da Grécia.
O conta-quilómetros está nos 33309
A partir dessa altura e até ao final da guerra, como explica a leiloeira Worlwide Auctioneers, pouco se sabe sobre o verdadeiro uso do carro. Sabe-se, porém, que Adolf Hitler viajou de carro para encontrar-se com Erwin Rommel, dirigente militar nazi, na França de Vichy.
Foi também em França, na cidade de Le Havre, na Normandia, que as tropas norte-americanas ficaram com o carro, já depois do final da guerra. Em 1945, o “Super Mercedes” foi levado para os EUA.
Em 1946, foi comprado por A. H. Vander Elst, um empresário da indústria tabaqueira da Bélgica. Mas depressa voltou para os EUA, já que o negócio começou a correr-lhe mal, o empresário belga vendeu o carro a outro homem do tabaco, Tom N. Austin, do Tennessee. Segundo a leiloeira, o norte-americano terá comprado o carro com 1800 dólares de tabaco — o que equivaleria a quase 25 mil dólares nos dias de hoje.
Tom N. Austin, por sua vez, doou o carro em 1949 a uma associação de veteranos de guerra, que usou o carro de Adolf Hitler para paradas militares, para transportar convidados de honra ou mães cujos filhos morreram em combate. Em 1976, depois de vários anos sem ser usado, o carro foi descoberto numa garagem no estado do Kentucky. Em 1983, foi vendido a Ralph Engelstad, dono de um casino em Las Vegas. O carro foi posto à venda em 2002, quando aquele magnata do jogo morreu.
Em 2004, voltou à Europa, depois de ter sido vendido a um colecionador anónimo. Enfim, em 2009, foi vendido ao tal bilionário russo que, agora, parece estar a ter dificuldades em vender o carro que foi feito à medida de Adolf Hitler.

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