quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Puigdemont não vai pedir para delegar o seu voto na sessão para constituir parlamento catalão


Cabeça de lista do Juntos pela Catalunha continua em Bruxelas e não vai pedir delegação de voto na sessão de hoje para a constituição do Parlamento. Mas quer estar presente na investidura do Governo.
OLIVIER HOSLET/EPA
Carles Puigdemont vai recusar delegar o seu voto na sessão de constituição do parlamento catalão agendada para amanhã, quinta-feira — hoje decorre a sessão parlamentar inaugural. A opção estava em aberto e já tinha feito Mariano Rajoy avisar que, se tal acontecesse, o Governo espanhol recorreria para o Tribunal Constitucional. A questão do voto delegado foi levantada devido à permanência em Bruxelas do presidente destituído do governo da Catalunha, depois de ter fugido da justiça espanhola.
Não é o único eleito deputado que está nestas condições, com Puigdemont, em Bruxelas, estão também Clara Ponsatí, Toni Comín, Lluís Puig y Meritxell Serret. Isto além de três independentistas que estão detidos preventivamente em Madrid, Oriol Junqueras, Jordi Sànchez e Joaquim Forn. E se os três últimos foram autorizados pelo Supremo a delegar o seu voto, o mesmo não aconteceu com os deputados eleitos que estão fora do país. Uma situação que levantou a possibilidade de também delegarem o seu voto, mas a solução está longe de ser pacífica e Puigdemont fez saber que não vai recorrer a ela.

O antigo porta-voz do Governo e agora deputado Jordi Turull fez saber na RAC1 que os independentistas não vão forçar o voto delegado de Puigdemont, mas que a intenção do cabeça de lista do Juntos pela Catalunha é estar presente na cerimónia de investidura, no fim do mês de janeiro, e que a vontade dos independentistas é “investi-lo”.
Esta terça-feira, o partidos independentistas catalães Juntos Pela Catalunha e Esquerda Republicana (ERC) firmaram um acordo sobre os nomes que vão propor para líder do Governo catalão e para presidente do Parlamento, respetivamente Carlos Puigdemont e o autarca de Sarrià de Ter, Roger Torrent (da ERC). Um acordo confirmado e que ficou fechado na terça-feira da passada semana, durante um jantar em Bruxelas, entre Carles Puigdemont e Marta Rivera, secretária-geral da ERC.

Torrent está, assim, para ser confirmado presidente do Parlamento catalão esta manhã, na sessão marcada para as 11h. Nos próximos dez dias, o presidente do Parlamento terá de consultar os grupos parlamentares para chegar a uma proposta de nome para liderar o governo catalão, cuja investidura está prevista para 31 de janeiro. Os dois partidos independentistas devem apresentar o nome de Puigdemont para o cargo, mas os dois juntos não chegam para a maioria absoluta necessária para a investidura, estando apostados no apoio do partido radical CUP. Se não for conseguida a maioria na primeira sessão, a segunda volta ser a 2 de fevereiro, mas aí o candidato precisará apenas de uma maioria simples.

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